DOI: 10.13140/2.1.1682.2567
RESUMO EXECUTIVO
Intensidade das recomendações: Fraca contra a utilização da tecnologia.
Tecnologia: Ácido ursodesoxicólico.
Indicação: Cirrose biliar primária.
Caracterização da tecnologia: Ácido biliar natural que tem ação colagoga e colerética.
Pergunta: O uso do ácido ursodesoxicólico é mais eficaz e seguro em comparação às alternativas terapêuticas existentes no tratamento de pacientes com cirrose biliar primária?
Busca e análise de evidências científicas: Foram pesquisadas as bases The Cochrane Library, Centre for Reviews and Dissemination, Tripdatabase, Medline e LILACS. Incluíram-se revisões sistemáticas (RS) que comparassem o ácido ursodesoxicólico com as alternativas terapêuticas existentes para o tratamento cirrose biliar primária. Avaliações de Tecnologias de Saúde (ATS) foram pesquisadas em sites de agências nacionais e internacionais. A qualidade da evidência foi avaliada pelo sistema GRADE.
Resumo dos resultados dos estudos selecionados: Foram selecionadas oito RS, sendo uma sobre a segurança do medicamento. Os estudos incluíram pacientes em todos os estágios da doença. Foi observado benefício do uso do ácido ursodesoxicólico em relação aos marcadores de função hepática, especialmente a bilirrubina total, observável com seis meses de uso. Entretanto, não houve benefício do uso de ácido ursodesoxicólico em relação à mortalidade e/ou transplante hepático, fadiga, prurido e complicações hepáticas. Quanto à evolução histológica da doença, só foi observada desaceleração em pacientes nos estágios I-II. O medicamento é, em geral, bem tolerado pelos pacientes, sendo o evento adverso mais freqüente a diarréia. Em pacientes em estádios III-IV há risco de descompensação do quadro hepático. Não foram encontradas ATS sobre o ácido ursodesoxicólico.
Recomendações: Pacientes com cirrose biliar primária têm sobrevida que varia de quatro a vinte anos dependendo do estágio no qual a doença é diagnosticada. O ácido ursodesoxicólico, por melhorar os níveis de marcadores hepáticos parece ter efeito benéfico sobre a evolução histológica em pacientes em estádios I-II. Porém essa análise não foi foco central das RS incluídas, de forma que o uso de ácido ursodesoxicólico é fracamente recomendado para pacientes em estádios iniciais desde que sejam considerados responsivos à essa terapia em até, no máximo, seis meses de uso. Em caso de resposta favorável, o tempo de uso pode ser estendido até quando for necessário. Para pacientes com cirrose biliar primária em estádios III-IV recomenda-se fortemente a não utilização do medicamento, pois não há evidência de benefício e há risco de descompensação do quadro clínico.
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