Bariátrica menos invasiva será feita no SUS
NOSSO RESUMO
A matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo relata a incorporação da cirurgia bariátrica por videolaparoscopia no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC). Foram descritos os benefícios do procedimento frente à cirurgia aberta, disponível no SUS. Os riscos potenciais da tecnologia, bom como seus custos não foram apresentados. As evidências científicas corroboram as informações da matéria, mas as limitações das evidências relacionadas à tecnologia não foram descritas. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas, estando estas fidedignas ao contexto real.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
A cirurgia bariátrica, também conhecida como cirurgia da obesidade, ou, popularmente, redução de estômago, reúne técnicas destinadas ao tratamento da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. O procedimento cirúrgico pode ser feito por abordagem aberta (laparatomia) ou por videolaparoscopia. Minimamente invasiva, a videolaparoscopia representa uma evolução tecnológica da medicina e apresenta como principais benefícios o curto período requerido para internação e recuperação dos pacientes. No Brasil, dentre as 60 mil cirurgias bariátricas realizadas em 2010, 35% foram feitas por videolaparoscopia. A taxa de mortalidade média é de apenas 0,23% – abaixo do índice de 1% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) –, contra 0,8% a 1% da cirurgia aberta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA).
Olhar Jornalístico
TÍTULO: A cirurgia bariátrica tem sido muito procurada por pessoas com obesidade severa e mórbida. Entretanto, a técnica disponível pelo SUS é muito invasiva e, estrategicamente, ao destacar que o SUS irá oferecer uma nova forma de cirurgia menos invasiva, no título, atrai a atenção do leitor. Que técnica seria essa? O fato de ser pelo SUS significa que será gratuita. Como será, então, o procedimento?
INTERTÍTULO: “Espera pela realização da cirurgia no sistema, no entanto, pode chegar à dez anos”. Por sua vez, já nesse intertítulo a ponderação quanto a demora para que a cirurgia seja viabilizada pelo SUS deixa o leitor em alerta para avaliar de forma criteriosa a notícia. Isso permite um equilíbrio de informação para não cair em mera publicidade
DEFINIÇÃO: A reportagem trouxe de forma clara e objetiva a definição da nova técnica de cirurgia bariátrica que passará a ser oferecida pelo SUS. Houve o cuidado, inclusive, de informar a origem da informação (a publicação oficial de que esse procedimento estaria disponível no SUS no Diário Oficial da União). O texto ofereceu, ainda, ao leitor informações sobre a quantidade de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil, no ano passado, e o quanto delas pelo SUS.
Ainda de forma clara, o texto traz a informação de como é o procedimento e a diferença dele em relação à técnica já existente e oferecida também gratuitamente. No no texto, uma das formas de oferecer credibilidade ao procedimento é o fato dele já ter sido recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (CONITEC). Informações quanto a indicação também foram apresentadas no texto.
COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: O assunto ganhou importância a partir do momento em que houve a publicação no Diário Oficial da União. É comum nas redações que os jornalistas acompanhem diariamente as publicações do Diário e grande parte delas viram notícia. Essa seria, pois, um das mais prováveis maneiras do assunto ter chegado à redação. Outra possível forma seria informação repassada por médicos da área, em especial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.
PUBLICIDADE/ INTERESSE COMERCIAL: A reportagem não dá margem para que fossem expostos direta ou indiretamente interesses comerciais.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Como fonte de informação utilizou-se o relatório CONITEC e o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
RECURSOS VISUAIS: Não foram usados recursos visuais – infográficos, ilustrações. Para ficar ainda mais claro ao leitor seria interessante, se possível, que fossem usadas artes para explicar as diferenças entre a técnica atual de cirurgia bariátrica oferecida pelo SUS e a técnica nova que passará a ser incorporada pelo Sistema.
CONCLUSÃO: De forma geral, a reportagem foi bem conduzida. Clara, objetiva e informativa. Os aspectos jornalísticos quanto a apuração da informações, estruturação do texto, busca pela imparcialidade forma bem conduzidos. Vale ressaltar que a utilização de recursos visuais complementariam a reportagem de forma eficaz uma vez que a preocupação jornalística é oferecer ao máximo condições informações aos leitores.
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