NOSSO RESUMO
A matéria, publicada no Estado de Minas, apresenta a toxina botulínica, aprovada para o tratamento da paralisia cerebral espástica, lesão de origem cerebral não progressiva que ocorre no cérebro imaturo com manifestações motoras progressivas. De acordo com as informações apresentadas, o objetivo dos médicos é melhorar a qualidade de vida e funções motoras desses pacientes, evitar deformidades, melhorar a qualidade óssea, ampliar o horizonte da criança e melhorar suas condições cardiovasculares. Contudo, os potenciais riscos do procedimento, tais como possíveis eventos adversos, não foram apresentados. Os custos de tratamento não foram discutidos. Apesar do produto ser atualmente disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde no Brasil, a matéria relata que há dificuldades de acesso. Não foi abordado o fornecimento por planos de saúde. As evidências científicas apresentadas não foram claramente descritas, dificultando analisar sua coerência e qualidade, além dos possíveis conflitos de interesses.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
A paralisia cerebral descreve um grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e postura atribuído a um distúrbio não progressivo que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil, podendo contribuir para limitações no perfil de funcionalidade da pessoa. A desordem motora na paralisia cerebral pode ser acompanhada por distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação e comportamental, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários (ROSENBAUM et al., 2007). Esta condição engloba um grupo heterogêneo quanto à etiologia, aos sinais clínicos e à severidade de comprometimentos. No Brasil há uma carência de estudos que tenham investigado especificamente a prevalência e incidência da paralisia cerebral. Nos países desenvolvidos, a prevalência encontrada varia de 1,5 a 5,9/1.000 nascidos vivos. Estima-se que sua incidência nos países em desenvolvimento seja de 7 por 1.000 nascidos vivos (ZANINI et al., 2009; FONSECA, 2011). A explicação para a diferença na magnitude da prevalência entre estes dois grupos de países é atribuída às más condições de cuidados pré-natais e ao atendimento primário às gestantes. Atualmente, há exemplos bem sucedidos do uso da toxina, por anos consecutivos, na paralisia cerebral espástica. Entretanto, existe uma falta de conhecimento dos profissionais e dos pacientes a respeito da toxina botulínica, que não tem sido usada de forma adequada. Além disso, há uma dificuldade de acesso à toxina botulínica, mesmo ela sendo disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Trata-se de uma nova aplicação terapêutica para a toxina botulínica – tratamento da paralisia cerebral espástica. De acordo as informações apresentadas, o objetivo dos médicos é melhorar a qualidade de vida e as funções motoras desses pacientes, evitar deformidades, melhorar a qualidade óssea, ampliar o horizonte da criança e melhorar suas condições cardiovasculares.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação da toxina botulínica foi descrita para o tratamento da paralisia cerebral espástica, lesão de origem cerebral não progressiva que ocorre no cérebro imaturo, com manifestações motoras progressivas. Não foram apresentados dados epidemiológicos destacando a importância da paralisia cerebral espástica.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os potenciais benefícios da toxina não foram apresentados de forma clara. Não foram relatados quais seriam os desfechos específicos para avaliar os benefícios.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Os custos de tratamento não foram apresentados. Logo, não há comparações de custos com as alternativas existentes para o tratamento da paralisia cerebral espástica. Não foram discutidos outros custos adicionais, tais como custos de aplicação do medicamento.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Foi informada a disponibilidade da toxina botulínica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Entretanto, relatou-se que há dificuldades de acesso por meio do SUS. Não foi abordado o fornecimento por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não houve relato da existência de alternativas à intervenção. Assim, não foram descritas as possíveis vantagens e desvantagens da tecnologia e como ela se enquadraria no âmbito das alternativas já existentes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os potenciais riscos/danos do medicamento, tais como possíveis reações adversas, não foram apresentados.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
Foi descrita a fonte da entrevista realizada com um especialista da área. Não foi possível avaliar a qualidade destas fontes e possíveis conflitos de interesses, devido a falta de informações e referências cientificas.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada está clara e objetiva. As evidências científicas apresentadas, apesar de sucintas, foram coerentes com o foco da matéria.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados de estudos científicos publicados.
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