Pai que perdeu filha cria robô que detecta infecção grave
NOSSO RESUMO
A matéria publicada pelo Jornal Folha de São Paulo apresenta o robô Laura, desenvolvido por um analista de sistemas brasileiro, que utiliza inteligência artificial para identificar pacientes com risco de desenvolver sepse. O sistema utiliza um banco de dados próprio que inclui normas de protocolos internacionais e dados históricos de 7.000 pacientes, para analisar os sinais de alerta e identificar o risco de infecção generalizada. Além do gerenciamento de risco, o programa possui um sistema que na auxilia na redução do tempo de atendimento dos pacientes identificados, ao disparar alertas para a equipe médica via sistema e celular, se necessário. Ademais, com os dados armazenados o Laura também é capaz de monitorar as bactérias que circulam pelo hospital, o volume do banco de sangue e o risco de epidemias. Em dois meses de utilização, o sistema auxiliou na redução de 1,5 para 0,5 casos ao mês da doença.
O sistema foi implantado em um hospital de Curitiba e a expectativa é que até março de 2017 outros dois hospitais da cidade também recebam o programa. O custo de implantação, incluindo a instalação do software, treinamento das equipes e acompanhamento por cinco anos, foi estimado em R$ 42 mil. Os riscos potenciais de utilização do sistema, entretanto, não foram abordados.
Não foram apresentados estudos científicos que corroborem os dados apresentados.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
A sepse, ou infecção generalizada, é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. Atualmente, a sepse é responsável por 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) , sendo a principal causa de morte nestas unidades no Brasil. As taxas de mortalidade no país chegam a 65% dos casos, enquanto a média mundial está em torno de 30-40% (INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE). A doença é uma das principais geradora de custos nos setores público e privado, devido à necessidade de utilizar equipamentos sofisticados, medicamentos de alto custo e exigir muito trabalho da equipe médica. Por este motivo, o desenvolvimento de alternativas terapêuticas de baixo custo, que auxiliem na prevenção e identificação precoce de caso,s é extremamente relevante.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: A perda de um filho sensibiliza qualquer leitor e trazer no título que ele desenvolveu algo que poderia estar relacionado à possível cura da criança que morreu é uma estratégia interessante para tratar de um assunto ao mesmo tempo curioso e extremamente delicado.
INTERTÍTULO: O que se especula no título começa a ser tratado no intertítulo com mais detalhes sobre o equipamento (na verdade um robô que utiliza inteligência artificial), os custos já começam a ser apresentados e a possibilidade de se reduzir a mortalidade (em casos já definidos com o uso da tecnologia)
COMO ESSE ASSUNTO CHEGOU A REDAÇÃO: O robo Laura já foi piloto em um hospital filantrópico em Curitiba e desde que os primeiros resultados positivos começaram a ser divulgados internamente pelo próprio hospital e pela imprensa local o equipamento teve destaque na imprensa nacional como Jornal Nacional e a própria Folha. Outras possibilidades seriam indicação de médicos, releases para que a notícia chegasse às redações.
DEFINIÇÃO: Texto claro, objetivo explica como e o motivo pelo qual a tecnologia foi criada. É um exemplo de dedicação de uma pessoa imbuída em desenvolver algo que pudesse remediar um grande drama da área da saúde: mortes que poderiam ser evitadas por causa da sepse.
FONTE DE INFORMAÇÃO: Médicos infectologistas para explicar o que é sepse e o pesquisador que desenvolveu a tecnologia. Possui informações e dados relevantes que mostram os riscos da sepse.
RECURSOS VISUAIS USADOS: foto e infográficos explicativos com orientações sobre o funcionamento da inteligência artificial.
CONCLUSÃO: Reportagem completa que traz detalhes do equipamento, tem apelo de noticiabilidade, linguagem clara para o leigo e infográficos que ajudam na compreensão do equipamento.
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