Próteses paraguaias adaptáveis permitem que usuários realizem sonhos antigos
NOSSO RESUMO
A matéria, publicada no website Uol, apresenta próteses adaptáveis, impressas em 3D, produzidas por uma empresa paraguaia. Foram apresentados exemplos de próteses para as mãos que permitem a retomada de movimentos e habilidades em pacientes amputados, tais como tocar instrumentos e escovar os dentes. Não ficou claro, entretanto, se é possível a produção das próteses para outros membros, bem como para pacientes que eventualmente tenham nascido sem o membro que se pretende “substituir”. A disponibilidade no Brasil e os riscos potenciais da tecnologia não foram abordados. O custo da prótese foi descrito em dólares (U$ 200,00). Não foram apresentados estudos científicos que respaldem a utilizam das próteses. A linguagem utilizada é clara e objetiva. As informações fornecidas são coerentes com o contexto real e não foi declarada ausência de conflito de interesse.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
De acordo com a Câmara Técnica de Implantes, o termo Prótese é definido como “dispositivo permanente ou transitório que substitui total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido”. As próteses são peças artificiais utilizadas para substituir partes do corpo que foram amputadas ou que tiveram sua funcionalidade comprometida devido a traumas e/ou deficiências físicas. Podem ser utilizadas no processo de recuperação de lesões, deficiências congênitas ou para fins estéticos e têm por finalidade suprir necessidades e funções. Esse é um recurso extremamente útil e eficaz para minimizar os efeitos de eventuais incapacidades e melhorar a qualidade de vida dos usuários.
Não foram apresentadas opções terapêuticas à tecnologia.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: Pessoas que perderam as mãos, pés buscam recursos cada vez mais para se adaptarem e conseguirem assim realizar as atividades como faziam anteriormente. Quando o título da reportagem traz a informação que no Paraguai estão sendo criadas próteses adaptáveis que permitem que usuários realizem seus sonhos cria-se a expectativa de saber sobre a tecnologia usada e o preço talvez mais acessível
INTERTÍTULO: sem intertítulo
COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: release da empresa que desenvolve as próteses ou agência de notícias.
DEFINIÇÃO: O texto tem já na introdução uma definição clara de como são feitas as próteses e que elas realmente são mais baratas justamente pela forma pela qual são confeccionadas. Há uma explicação do motivo pelo qual a empresa paraguaia resolveu criar as próteses. O material foi sendo desenvolvido pela empresa num processo de experimentação exclusiva para as necessidades de pacientes interessados em voltar a tocar instrumento musical, o que teria deixado de fazer após amputação do braço. Então, a partir daí a empresa foi criando próteses adaptáveis e personalizadas de acordo com a necessidade do usuário.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Há todo momento é citado o nome da empresa que desenvolveu as próteses.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Apenas o usuário da prótese criada pela empresa e representantes da empresa que criou a prótese. Não foram ouvidos médicos que pudesse avaliar a eficácia da prótese ou possíveis problemas que a má adaptação da prótese ao corpo dos pacientes poderia provocar. Não há contraponto e nem a apresentação de outras próteses que estão sendo desenvolvidas talvez mais ou menos evoluídas para se ter um parâmetro de comparação.
RECURSOS VISUAIS: foram usadas apenas as fotografias das próteses feitas em impressora 3D
CONCLUSÃO: A reportagem traz informações mais comportamentais que propriamente científicas. O modo como são feitas as impressões da prótese, o material utilizado, a reação dos 90 pacientes que já submeteram aos testes. Nada disso é detalhado, apenas dito de forma superficial e evasiva, destacando apenas pontos positivos. Há que se ressaltar que os próprios criadores das próteses disseram que ainda precisam evoluir o produto e que o grande diferencial dele é ser personalizado ao paciente. Seria interessante trazer alguma consideração sobre a aprovação pelos órgãos reguladores sobre a produção, venda e utilização dessas próteses aqui no Brasil e no Paraguai onde já estão sendo comercializadas.
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