Anti-inflamatório pode reduzir risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares
NOSSO RESUMO
A matéria, publicada pelo portal G1, apresenta o canaquinumabe, medicamento anti-inflamatório desenvolvido para o tratamento da Artrite Reumatoide e que está sendo estudado para utilização também em pacientes com doenças cardiovasculares. Dados de um estudo científico realizado com cerca de 10 mil pacientes, recentemente apresentado em um congresso de cardiologia, foram apresentados e suas limitações discutidas. De acordo com esses dados, o medicamento demonstrou ser capaz de reduzir em até 15% o risco de ataques cardíacos, mas em contrapartida também apresentou elevada incidência de eventos adversos. Embora algumas entidades considerem os resultados promissores, outras fontes consultadas destacaram que os dados são modestos e precisam ser melhor investigados. Além disso, relatou-se o custo elevado da alternativa terapêutica frente àquelas já disponíveis no mercado. A disponibilidade do produto no Brasil, no entanto, não foi informada. Não se identificou conflito de interesse na construção do texto.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
As doenças cardiovasculares representam um grande impacto em termos de mortalidade e morbidade para a sociedade brasileira e estão entre as principais causas de morte no Brasil, tendo sido responsáveis por 28% dos óbitos no período de 1996 a 2011. Dentre estas, a Doença Arterial Coronariana (DAC), que é responsável pelo entupimento de vasos sanguíneos que levam sangue e oxigênio ao coração, tem grande relevância, já que aproximadamente 300 mil pessoas sofrem infarto do miocárdio por ano no Brasil e destas 84 mil pessoas morrem (MINISTÉRIO DA SAÚDE; CONITEC, 2014). Os objetivos do tratamento da DAC são prevenir o Infarto agudo do miocárdio, reduzir a mortalidade, os sintomas e a ocorrência da isquemia miocárdica. Esses objetivos podem ser atingidos por modificações do estilo de vida e tratamento clínico. Por esse motivo, o desenvolvimento e disponibilização de tecnologias que permitam a prevenção do infarto do miocárdio, redução da mortalidade e dos sintomas são fundamentais.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: Novos tratamentos para incidentes como ataques cardíacos e AVC despertam a curiosidade do leitor, por isso é boa a estratégia de trazer essa informação no título principalmente se, também no título, for destacada a forma de se reduzir as chances dessa situação como foi feito.
INTERTÍTULO: Complementa o título já destacando qual é a droga que ainda está sendo estudada, o nome dela e as chances de diminuição do perigo de novas incidências ao se consumir essa medicação.
COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Agência internacional BBC BRASIL
DEFINIÇÃO: O texto aborda quais são as doenças cardiovasculares que poderiam ser tratadas com uso do anti-inflamatório, com base numa pesquisa feita há pelo menos quatro anos com mais de 10 mil pacientes. A reportagem traz a explicação das doenças, como são tratadas hoje e porque seria interessante usar o anti-inflamatório para conter novos incidentes. Houve uma preocupação de se fazer um texto completo explicando como foi elaborado o estudo e suas possíveis contribuições.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: A divulgação na reportagem do nome da empresa farmacêutica que encomendou o estudo é de certa forma uma publicidade indireta. Não há elogios ou frases tendenciosas, mas o espaço que a empresa teve para destacar seu nome com o estudo pode ser visto como ressalva.
FONTES DE INFORMAÇÃO: As informações foram fornecidas pelos pesquisadores da escola de medicina de Harvard, que são autores do estudo. Há também o posicionamento de especialistas e estudiosos (de instituições também renomadas) sobre os efeitos colaterais dos anti-inflamatórios. Eles fazem algumas ressalvas sobre o uso da droga nos tratamentos de doenças cardiovasculares e alertam para a possibilidade o uso dos anti-inflamatórios serem usados concomitantemente com outras drogas já usadas nos tratamentos de doenças cardiovasculares.
RECURSOS VISUAIS: Não foram usados recursos visuais.
CONCLUSÃO: Reportagem clara e objetiva. Além de trazer como fontes de informação autores do estudo a reportagem trouxe especialistas que fizeram ressalvas acerca da utilização dos anti-inflamatórios, o que ajuda a contrabalancear a reportagem. Há a definição das doenças citadas e dos tratamentos hoje oferecidos aos pacientes.
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