A caneta que consegue identificar um câncer em 10 segundos
NOSSO RESUMO
A matéria, publicada no portal G1, apresenta a MasSpec Pen, uma caneta desenvolvida por pesquisadores da Universidade do Texas. De acordo com as informações apresentadas, a caneta pode identificar células cancerígenas em dez segundos, de forma precisa, podendo se tornar, portanto, uma ferramenta em cirurgias de retirada de tumor, com intuito de evitar a reincidência do câncer. Conforme descrito, o dispositivo mostrou-se preciso em 96% das vezes em que foi testado. No entanto, como se dará sua utilização efetivamente, nos blocos cirúrgicos, não foi esclarecido. Os custos, a disponibilidade e os potencias riscos da caneta não foram mencionados. As fontes de informação foram adequadamente descritas, incluindo um estudo científico realizado em 253 amostras de tecido e publicado na revista Science Translational Medicine. Não foi identificado potencial conflito de interesse.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. A estimativa para o Brasil, no biênio 2016-2017, indica a ocorrência de cerca de 600 mil casos novos de câncer (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2017). O tratamento do câncer pode ser feito por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade e alternar entre as diversas opções disponíveis, visto que os pacientes apresentam respostas distintas a um mesmo tratamento. O tratamento cirúrgico é considerado radical, e compreende a remoção do tumor com margem de segurança, com intuito de evitar o ressurgimento do câncer (metástases). Neste sentido, inovações que possibilitem uma determinação mais precisa da extensão do tumor são extremamente relevantes.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: Destaque para o fato da caneta conseguir detectar câncer em poucos segundos atrai atenção do leitor. Que caneta seria essa? Como faria essa identificação.
INTERTÍTULO: o intertítulo traz uma complementação superficial do assunto sem trazer detalhes sobre as características da caneta. Manteve-se a estratégia de aguçar a curiosidade do leitor.
COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Agência internacional de notícias
DEFINIÇÃO: A definição sobre a técnica foi feita de forma clara e de fácil compreensão para o leitor. Houve a preocupação em se destacar COMO FUNCIONA, explicar que a caneta está passando por testes ainda e suas limitações (espectrômetro). Além disso, foram apresentadas outras iniciativas científicas para ajudar a detectar mais precisa e rapidamente células cancerígenas.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indícios no texto de promoção de uma empresa ou marca, apesar do nome comercial da caneta ter sido apresentado várias vezes.
FONTES DE INFORMAÇÃO: As informações foram obtidas por meio da publicação do estudo em revista científica internacional e da entrevista à BBC dos pesquisadores envolvidos e não envolvidos diretamente com o estudo.
RECUSOS VISUAIS: Foi utilizada apenas uma foto reproduzida pela Agência de notícias. Seria interessante o uso de infográficos ou desenhos que pudessem mostrar o espectrômetro de massa e a caneta em funcionamento (quanto ela é capaz de analisar – um pedaço de tecido de 1,5 mm de diâmetro).
CONCLUSÃO: A reportagem não se limitou à definição simples da caneta. Ela avançou uma vez que trouxe as limitações da tecnologia e outros trabalhos científicos (embora sem detalhamentos – pontos positivos e negativos) que também estão sendo elaborados com o mesmo objetivo da caneta: garantir mais precisão e rapidez na detecção de células cancerígenas.
Vale reforçar que houve equilíbrio nas informações com ponderações sobre o que ainda precisa ou pode ser feito para garantir mais eficiência a tecnologia. Foram também ouvidas fontes de informação além daquelas ligadas diretamente ao estudo.
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