Médico do Congo apresenta primeiro tratamento eficaz contra o ebola
Olhar Jornalístico
NOSSO RESUMO: A matéria apresentada no programa Fantástico corresponde a uma edição curta de uma longa reportagem feita para o Profissão Repórter que acompanha o Dr. Daniel Mukadi, coordenador-chefe do laboratório onde são realizadas as pesquisas com o vírus Ébola, em Beni – República Democrática do Congo.
Durante a reportagem foi relatado o teste com quatro novas drogas em pacientes infectados pelo Ebolavirus, destas, duas se mostraram eficazes no combate à doença – o Regeneron e o mAb114 – que serão utilizados no tratamento de outros pacientes. O vírus Ebola libera uma proteína que afeta a resposta imunológica e causa desgaste na parede de vasos sanguíneos, o que, de acordo com a reportagem, será interrompido pela atuação destes dois medicamentos, que agirão diretamente na liberação destas proteínas e também impedirão a reprodução viral desenfreada no corpo do paciente.
Durante esta fase de testes, 800 pessoas se recuperaram da doença com uso dos medicamentos, afirma o Dr. Mukadi. Em surtos anteriores, a taxa de letalidade para infectados era de cerca de 90%. O Regeneron baixou essa taxa para 6% e o mAb114 para 11% em pacientes que tinham uma baixa carga viral. Jean-Jacques Muyembe-Tamfum , médico congolês e Diretor Geral do Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica da República Democrática do Congo, diz que a equipe de pesquisadores e médicos vem trabalhando para que em três ou quatro meses o surto de Ebola termine.
PORQUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?: O vírus Ebola pertencente a família de vírus Filoviridae, que caracterizam-se por possuírem uma estrutura filamentosa longa. Existem cinco subtipos do Ebola: Sudão, Zaire, Forest, Reston e Bundibugyo; sendo o subtipo Zaire o mais letal. A transmissão pessoa-pessoa se dá por qualquer tipo de contato com um infectado.
A doença do vírus Ebola (DVE) é uma infecção na qual o vírus libera uma proteína que age sobre o sistema imunológico, células do fígado e parede de vasos sanguíneos, causando sua reprodução rápida e espalhamento por fígado, pulmão, gânglios linfáticos e baço. Por isso, seus sintomas são: febre alta, dores no corpo, fraqueza, dores abdominais, sangramento nos olhos, gengiva e narinas e hemorragia interna.
Sua alta letalidade chama atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns pesquisadores afirmam que espécies de morcegos frutíferos são as principais hospedeiras, imunes à ação do vírus, e elas transmitem a doença para grandes primatas e humanos.
Descoberta em 1976 por uma equipe médica na qual Muyembe-Tamfum fazia parte, a doença e o vírus receberam esse nome por conta da detecção do primeiro paciente infectado na região de Mongala, norte da República do Zaire ( antiga RDC) onde fica o Rio Ebola. Ao longo destes 43 anos houveram grandes surtos do Ebola na África Central com letalidade acima de 80% dos infectados, por isso a grande preocupação da Saúde Mundial em relação a esta doença.
O surto mais recente, que durou de 2014 a 2016, surgiu na Guiné, África Ocidental, se espalhando para países vizinhos como Serra-Leoa e Libéria. Resultou em 11.310 mortes de pacientes na região, além de vitimar 120 profissionais da saúde que atuavam para conter a epidemia.
TÍTULO: O destaque se dá pela novidade apresentada frente uma doença fatal como o Ebola, cujo surto de 2014 a 2016 abalou organismos de saúde e governos africanos.
INTERTÍTULO: O intertítulo apresenta que a novidade pode mudar o rumo da doença que já matou mais de 14 mil pessoas desde sua descoberta em 1976.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Grande reportagem produzida pelo Profissão Repórter e editada para o Fantástico.
DEFINIÇÃO: A reportagem traz algumas informações sobre a doença do vírus Ebola, a pesquisa do médico Daniel Mukadi, e os dois medicamentos que se mostraram eficazes no combate à doença – Regeneron e mAb114. Entretanto, por se tratar de uma edição para resumir o conteúdo, muito do que é pertinente para a narrativa foi cortado, deixando apenas destaques para a reportagem numa espécie de chamada.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Para além do interesse da programação da Rede Globo em trazer dentro de um programa de destaque como o Fantástico uma chamada para outro programa da rede, não há interesses econômicos visíveis por parte da indústria farmacêutica.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevista com o Dr. Daniel Mukadi, coordenador chefe do laboratório onde são realizadas as pesquisas, com Jean-Jacques Muyembe-Tamfum, diretor geral do Instituto de Pesquisa Biomédica da RDC, e o médico Richard Gahindo, pediatra e sobrevivente da DVE.
RECURSOS VISUAIS: Imagens de transição, gráficos sobre infecção, animação sobre atuação do vírus.
CONCLUSÃO: A reportagem não traz muitos detalhes sobre a atuação do medicamento no combate ao vírus, mas apresenta uma novidade sobre uma doença de alta letalidade. Trazendo autoridades no assunto e que trabalham diretamente com a epidemia de Ebola em países da África Central e Ocidental. Ressalta-se que uma edição curta de uma longa reportagem não pode trazer uma análise minuciosa sobre a profundidade da matéria, porém os destaques apresentados dão a entender o trabalho feito pelo Dr. Mukadi e sobre como podem agir estas drogas nos pacientes infectados pelo vírus Ebola.
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