Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Apresenta-se um novo método de diagnóstico do câncer, utilizando como material a cera do ouvido, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG).
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
Foi descrita a indicação do diagnóstico de câncer a partir da cera de ouvido, a fim de identificar em estágios iniciais indivíduos que possam ter a doença. Foram mencionados os dados epidemiológicos acerca da mortalidade por câncer no Brasil.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Não foram descritos de forma clara os benefícios para o paciente, não detalhando quais são as vantagens em obter um diagnóstico precoce do câncer. Não foram apresentados dados que quantificassem quantas mortes poderiam ser evitadas, ou qual a taxa de sobrevida caso a terapia medicamentosa tivesse início no estágio inicial da doença.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não foram relatados os custos do exame de diagnóstico que analisa a cera de ouvido para detectar o câncer.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foi informado sobre o financiamento ou disponibilidade do exame que detecta o câncer a partir da cera de ouvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
Foi informada a existência de alternativas para o diagnóstico precoce do câncer. Além disso, foi descrita a facilidade de execução do novo método, que pode ser realizado com cera de ouvido, com potencial de se tornar, no futuro, tão comum quanto um exame de sangue.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não foram descritos os potenciais riscos ou danos decorrentes da realização do exame diagnóstico.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação utilizadas foram adequadamente apresentadas. Embora tenham sido consultadas apenas fontes ligadas ao estudo em questão, não se identificou potencial conflito de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada é clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Foi relatado que os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Scientific Reports. Na reportagem, não foram discutidas as principais limitações do novo método de diagnóstico.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: Indica a instituição responsável e qual o possível uso dessa nova tecnologia.

INTERTÍTULO: O suposto diferencial que a tecnologia trará ao que é feito atualmente – diagnóstico mais rápido e mais cedo.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Matérias sobre a descoberta foram veiculadas no portal Jornal UFG e na TV UFG nos dias 16 e 23 de agosto, mais de uma semana antes da reportagem da Rede Globo. A pauta pode ter chegado ao Jornal Nacional pelo contato com esses veículos ou por liberação de imprensa da própria universidade.

DEFINIÇÃO: Em seus 2 minutos e meio de duração, a matéria apresenta o objetivo da nova tecnologia, seu método e importância. Duas fontes de informação como autoridades – no caso, cientistas envolvidos na pesquisa – falam sobre a pesquisa e dados gerais sobre a função natural da cera, usada no diagnóstico.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Além de uma potencial patente, não há nenhum aparente, uma vez que a pesquisa foi feita numa instituição pública. Não é indicado, entretanto, se houve investimento privado.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Melissa Avelino, médica e professora da UFG; Nelson Antoniosi, coordenador da pesquisa; dados do Instituto Nacional do Câncer.

RECURSOS VISUAIS: Imagem de cera de ouvido (um dos principais focos da pesquisa) sendo coletada e algumas gravadas de câmeras inseridas no paciente; falas dos cientistas da UFG envolvidos; imagens do laboratório e dos pesquisadores manipulando as amostras; foto do artigo sobre a descoberta publicado na Scientific Reports, uma das revistas científicas mais importantes no mundo; repórter no laboratório cercado por equipamentos; fachada do Instituto Nacional do Câncer e gravações do próprio INCA de testes (não identificados) sendo feitos; imagem de paciente lendo um diagnóstico.

CONCLUSÃO: A notícia cumpre o papel de divulgação de pesquisas de maneira adequada, sem sensacionalismo ou conclusões precipitadas. O conteúdo é apresentado de forma clara e, embora não se aprofunde no tema, quase todas as informações necessárias à pauta estão presentes. Além de poucas explicações sobre o câncer de ouvido em si, houve falta do que acontecerá com a tecnologia a partir de agora – patente? Aplicação no SUS? Continuidade da pesquisa na universidade? O uso de uma suposta paciente como personagem no fim, embora justificável, pareceu alheio ao resto da matéria – absolutamente nada é informado sobre ela, apenas que tem câncer e que acha a descoberta importante.

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