Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Discutiu-se sobre a trombectomia mecânica, também conhecida como cateterismo cerebral. Já disponível no país por meio da rede privada, o procedimento tem sido utilizado no tratamento de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC).
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
O procedimento está indicado para remoção mecânica de coágulos em pacientes que sofreram AVC. Foram apresentadas informações epidemiológicas sobre o AVC, alegando-se que esta é a principal causa de morte no Brasil e a maior causa de incapacidade no mundo. Contudo, não foram apresentados dados numéricos que justifiquem esta afirmativa, nem informações a respeito da incidência do AVC.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os principais benefícios apresentados foram a possibilidade de realização do procedimento até 8 horas após a ocorrência do AVC e o aumento das chances de sobrevivência dos pacientes. Os desfechos utilizados foram adequados com a prática científica e são representativos no contexto clínico em questão.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Embora tenha sido alegado que o procedimento é de alto custo, os valores não foram apresentados nem para o novo procedimento, nem para as alternativas terapêuticas. Também não se abordaram custos adicionais relativos à realização do procedimento.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Satisfatória
Foi relatado que o novo procedimento já está disponível no Brasil por meio da rede privada, mas ainda não é fornecido pelo SUS, cenário que pode mudar ainda durante o ano de 2019.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
O medicamento alteplase foi apresentado como a principal alternativa terapêutica à trombectomia mecânica. As vantagens apresentadas do novo procedimento frente à alteplase foram: maior chance de sobrevivência, menor chance de sequelas e maior propensão à independência. Não houve grandes discussões sobre eventuais desvantagens da nova terapia.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não houve menção ou quantificação de riscos decorrentes da realização do procedimento. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto na vida dos pacientes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações apresentadas foram obtidas por meio de entrevistas com especialistas. Contudo, não foram identificados possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Não houve sensacionalismo na linguagem adotada, que apresentou as informações de maneira coerente com as evidências disponíveis sobre a tecnologia.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foi discutido se os dados apresentados foram obtidos de algum artigo científico publicado. Relatou-se a realização de um estudo com a nova tecnologia em território nacional, contanto com 221 pacientes, sem descrever o tempo de estudo e as características desta população estudada. Não foram discutidas as limitações das evidências disponíveis sobre a trombectomia mecânica.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: O título aponta para um possível desfecho que, de acordo com o texto, vem de um estudo, para terapias do SUS.
INTERTÍTULO: Completa a informação do título mostrando qual é o novo tratamento e de onde vem a informação.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Divulgação do material de apresentação da Conferência da European Stroke Organisation de 22 a 24 de maio de 2019.
DEFINIÇÃO: A reportagem é uma apresentação dos estudos realizados pela Rede Brasil AVC, que comparam as terapias oferecidas pela rede pública de saúde no combate ao acidente vascular cerebral. Outras informações são adicionadas além dos estudos apresentados na ESOC 2019, sobre ferramentas digitais no auxílio à paramédicos e dados epidemiológicos do AVC.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicação de interesse comercial.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Dados da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, entrevistas com Sheila Martins, coordenadora de Programas de AVC do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o médico Raul Nogueira.
RECURSOS VISUAIS: Imagem de cérebro e estetoscópio tirada de banco de imagem sem acréscimo à narrativa.
CONCLUSÃO: A reportagem, apesar de não mostrar nenhuma novidade tecnológica à saúde, traz uma importante questão para os sistemas de saúde e terapias no Brasil. O estudo comparativo mostrado pela matéria traz a discussão dos tratamentos ofertados pelo Sistema Único de Saúde e as possibilidades de expansão. Porém, apenas uma das fontes que a matéria trouxe acrescentou algo ao que é discorrido sobre o estudo. Em partes, o texto sugere duas matérias diferentes unidas por um mesmo tema. Contudo, não fica comprometido o entendimento sobre o que a matéria se propôs a mostrar com os estudos da Rede Brasil AVC.
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