Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
A matéria veiculada na coluna Viva Bem, do site UOL, relata que uma nova terapia para a doença de Parkinson está em fases de teste. A intervenção poderá ser aplicada para redução dos tremores, dores e rigidez musculares causados pela doença.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
A indicada foi claramente descrita, sendo para os pacientes portadores da doença de Parkinson. Os dados epidemiológicos que justificam a indicação não foram apresentados.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os benefícios foram apresentados de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos. Segundo o coordenador da pesquisa, os benefícios incluem redução das dores, tremores e rigidez musculares. Não se utilizaram desfechos normalmente usados pela literatura científica para a doença.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
O custo do tratamento não foi descrito na reportagem. Consequentemente não foi comparado o custo do novo procedimento com as alternativas existentes.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados sobre a disponibilidade da nova terapia no mercado brasileiro, incluindo o registro na Anvisa. Além disso, não foi informado na matéria sobre a possível disponibilidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e/ou fornecimento por planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não foi relatada a existência de alternativas à intervenção e, consequentemente, não foram discutidas as vantagens/desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes. Foi mencionado que a nova terapia não substitui os medicamentos já utilizados pelos pacientes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Não foram descritos e nem quantificados os potenciais danos da intervenção e sua respectiva magnitude. Também não foram abordados os efeitos secundários que poderiam ter impacto significado sobre a vida de um usuário da tecnologia.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação utilizadas foram descritas na reportagem. Não foi identificado conflito de interesses na construção do texto.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada é clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Foi apresentados dados de estudo científico referente ao desenvolvimento da terapia. Como o estudo está em fases iniciais, a amostra de pessoas utilizada foi pequena. O período em que os 10 pacientes foram acompanhados não foi relatado. As limitações da evidência também não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: Objetivo e factual, mas deixa no ar o status do estudo.

INTERTÍTULO: Não tem.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Release da Agência Fapesp.

DEFINIÇÃO: O texto é mais um acompanhamento – ou mesmo prestação de contas – de como anda o estudo. O tratamento está em fase de testes e já teve alguns resultados publicados em um periódico estrangeiro.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: A matéria foi publicada pela Agência Fapesp, responsável pela divulgação dos trabalhos da Fundação, mas não foi identificado interesse comercial por parte do site.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Vanderlei Bagnato, coordenador do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica do IFSC-USP.

RECURSOS VISUAIS: Foto de banco de imagens de mãos de pessoa idosa.

CONCLUSÃO: Funcionando mais como nota do que matéria, o artigo da Agência Fapesp é breve justamente por não ter muito o que dizer. O Parkinson já é uma doença conhecida, e talvez por isso dados e informações sobre ela estão ausentes. A escolha desse texto em específico pelo UOL provavelmente teve a ver com o interesse do público em pautas que envolvem condições como Parkinson e Alzheimer, não importando qual a fase de testes ou o nível de certeza.

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