Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Na matéria, foram apresentados os dados de um estudo que avaliou o uso do olaparibe para o tratamento do câncer de próstata. Trata-se de uma nova proposta de uso para um medicamento já antigo e disponível para o tratamento de outros tipos de câncer.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
Discutiu-se a indicação do medicamento para o uso em câncer de próstata. Contudo, não foram apresentados dados de incidência ou prevalência da doença.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
De acordo com a matéria, o olaparibe poderia reduzir em 66% a progressão do câncer, quando comparado à terapia hormonal. O tempo livre de evolução da doença também foi maior com a nova terapia: 7,4 meses, frente a 3,6 meses da terapia hormonal. Os resultados também foram melhores para o tempo de sobrevida dos pacientes. Todos os benefícios que foram apresentados são representativos no contexto do câncer e são adotados pela literatura científica para avaliar o tratamento da doença.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não foram apresentados os custos da nova intervenção ou de suas alternativas terapêuticas.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Satisfatória
Foi mencionado que o medicamento já está registrado na Anvisa e disponível no mercado brasileiro para tratamento do câncer de mama e de ovário, mas não para o câncer de próstata. Não foram apresentadas informações sobre o fornecimento do produto pelo SUS ou pelos planos de saúde.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
A terapia hormonal foi apresentada como alternativa ao olaparibe. Ambas tecnologias foram comparadas em termos da eficácia, ou seja, dos resultados para o tratamento do câncer de próstata. Foi relatado que o uso do olaparibe no câncer de próstata é uma mudança na maneira como a doença é tratada, sem discutir como a nova intervenção se enquadra no âmbito das alternativas existentes.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os riscos decorrentes do uso do olaparibe no câncer de próstata não foram citados, nem quantificados. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto na vida dos pacientes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As informações sobre a tecnologia foram obtidas por meio de entrevista com um especialista. Foram utilizadas fontes independentes de informação e identificados os conflitos de interesse (a jornalista responsável pela matéria viajou a convite da AstraZeneca, empresa responsável pela produção do medicamento).
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Não houve sensacionalismo na linguagem utilizada, que apresentou as informações de maneira coerente com as evidências disponíveis sobre a tecnologia.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não ficou claro se os dados apresentados foram obtidos de algum artigo científico que foi publicado, uma vez que não foi informada a referência. Relatou-se a realização de um estudo que contou com 387 participantes do sexo masculino para a avaliação da eficácia da tecnologia. Contudo, não foram discutidas as limitações da evidência científica apresentada na reportagem.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: O título condiz com a apresentação do estudo feita pela matéria.

INTERTÍTULO: Traz informações descobertas pelo estudo e como realizou a fase de testes.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Provavelmente por notas de divulgação do Congresso ESMO de 2019.

DEFINIÇÃO: A reportagem faz uma descrição de resultados apresentados em palestra sobre o uso do medicamento olaparibe em terapia para o câncer de próstata. Ela lembra que o medicamento já é utilizado para outro tipos de câncer, como mama e ovários, e discorre sobre a descoberta do grupo de pesquisas da Universidade de Northwestern. Ao final traz um entrevistado para responder perguntas comuns relacionadas ao câncer de próstata.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: A equipe viajou a convite da empresa responsável pelo medicamento; logo, há interesse comercial na publicação.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevistas com Paulo Lages, oncologista do Grupo Oncoclínicas, Marcos Tobias Machado, professor de uro oncologia da UFABC, Ignacio Duran, pesquisador do Hospital Universitário Virgen del Rocío em Sevilla, e falas em palestra de Maha Hussain, autora do estudo.

RECURSOS VISUAIS: Sem imagens.

CONCLUSÃO: A reportagem se mostrou completa, mesmo se considerar um conteúdo pago para valorizar um tipo de medicamento. Ela detalha os estudos realizados por Maha Hussain envolvendo o uso de um medicamento de imunoterapia para tratar câncer de próstata, apresentando a fase de testes e os resultados. As falas dos entrevistados em partes tendem a enaltecer demais os resultados do estudo e o medicamento , porém, foi importante trazer o Doutor Machado ao final para comentar os resultados de maneira neutra, além de trazer ao leitor as perguntas comuns sobre o câncer respondidas pelo professor da UFABC.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/medicamento3.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/medicamento3.jpgTúlio SarmentoMedicamentosA sua notícia revisada por especialistas