Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Discutiu-se sobre uma nova cirurgia cerebral realizada no Reino Unido que devolveu audição e voz a uma criança com surdez rara. A cirurgia foi realizada há cinco anos e os resultados estão sendo observados atualmente.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Não Satisfatória
A cirurgia tem o potencial de devolver audição e fala a pacientes que nascem sem o nervo auditivo. Não foram apresentados os dados epidemiológicos para esta condição clínica no Brasil e/ou no mundo.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Os benefícios proporcionados pela cirurgia foram apresentados para somente uma paciente, o que pode ser justificado pelo fato de esta ter sido a primeira a ter se submetido a tal procedimento.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não foram mencionados os custos do procedimento, nem de suas alternativas terapêuticas. Também não foram citados os custos adicionais à intervenção, como, por exemplo, a necessidade de consumo de medicamentos após a realização da cirurgia.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foi abordada a disponibilidade do procedimento no Brasil, seja pelo SUS ou por planos de saúde privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não foram mencionadas alternativas terapêuticas à cirurgia. Consequentemente, não se discutiu como a nova intervenção se enquadraria no âmbito das opções já disponíveis para o tratamento de surdez rara.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os riscos decorrentes da realização do procedimento não foram citados, nem quantificados. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto significativo na vida dos pacientes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações apresentadas a respeito da nova cirurgia foram obtidas por meio de entrevistas com os pais da criança operada e com especialistas. Contudo, não foram identificados possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
Não houve sensacionalismo na linguagem utilizada, que apresentou as informações de maneira clara e coerente.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foram apresentados dados de artigos científicos publicados. Também não houve nenhuma menção à realização de estudos clínicos em humanos. Além disso, as limitações da evidência científica disponível sobre a tecnologia não foram discutidas.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: O título aponta para um novo procedimento, descrevendo corretamente sua indicação e resultado.
INTERTÍTULO: O intertítulo completa o título mostrando um caso de paciente que realizou o procedimento cirúrgico com sucesso.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Notícia feita pela Agência Solent News e vendida aos grandes jornais britânicos.
DEFINIÇÃO: A matéria foca nos resultados promissores da cirurgia descrita no texto, em especial para o caso da menina Leia Armitage, que teve o implante colocado aos dois anos de idade e cinco anos após mostra resultados promissores. O caso da garota é o que levanta a questão, como descrita ao final da notícia, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido tornar o procedimento padrão para casos de surdez parecidos com os de Leia.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicações claras de interesse comercial ou publicitário por parte do veículo e o procedimento cirúrgico.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevistas com os pais da menina Leia Armitage, Alison e Bob, e Dan Jiang, diretor clínico no Centro de Implantes Auditivos do Guy’s and St Thomas, dadas à BBC News e entrevista do secretário de saúde do NHS, Matt Hancock, ao jornal Daily Mail.
RECURSOS VISUAIS: Fotografia mostrando orelha de criança tirada de banco de imagens.
CONCLUSÃO: Apesar da notícia ter um foco mais pontual utilizando a carga emocional de um caso médico envolvendo criança, a novidade cirúrgica e tecnológica descrita é promissora. Entretanto, não há descrição do funcionamento do procedimento, nem o que e como é implantando no cérebro. Além disso, a eficácia fica em xeque por apresentar somente um caso, entre tantos, sobre o sucesso do procedimento. A notícia poderia trazer mais dados sobre a condição rara, tal qual o caso da menina, e mostrar indicações para pessoas que têm qualquer deficiência auditiva e quais procedimentos são melhores destinados a cada caso.
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