Adesivo para o coração
NOSSO RESUMO
A matéria, publicada pela revista Istoé, apresenta um novo adesivo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Toronto (Canadá), capaz de recuperar áreas lesadas do tecido cardíaco. De acordo com os dados apresentados, o adesivo foi capaz de promover a recuperação do tecido afetado em cobaias. Não foram apresentadas informações sobre a previsibilidade de custos, disponibilidade e potenciais riscos do produto. É importante destacar, no entanto, que se trata de um estudo em andamento e, portanto, algumas informações ainda não estão, de fato, disponíveis. Relatou-se a existência de um artigo publicado contendo os resultados obtidos em animais, sem, no entanto, citar a fonte. As limitações da tecnologia não foram discutidas.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
As doenças cardiovasculares (DCV) são um grupo de distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos e incluem: Doença cardíaca coronária; Doença cerebrovascular; Doença arterial periférica; Doença cardíaca reumática; Doença cardíaca congênita e Trombose venosa profunda e embolia pulmonar. As DCV são responsáveis pela maior taxa de morbidade e mortalidade na maioria dos países (Organização Mundial de Saúde, 2017), incluindo o Brasil, em que pelo menos 20% das mortes com mais de 30 anos de idade é ocasionada por essas doenças (MANSUR & FAVARATO, 2016). Todas as doenças cardíacas são potencialmente capazes de provocar lesões no músculo do coração com diferentes níveis de gravidade e dificuldade de tratamento. Por esse motivo, o desenvolvimento de alternativas terapêuticas para tratar danos cardíacos é extremamente relevante.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: O título desperta a curiosidade do leitor para o \”adesivo\”. Como teria sido desenvolvido? Como é \”colado\” ao coração?
INTERTÍTULO: O intertítulo vem como um complemento ao título dizendo sobre a função do \”adesivo\” e porque foi desenvolvido por pesquisadores estrangeiros.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: informações de pesquisadores da área, release ou agência internacional.
FONTE DE INFORMAÇÃO: As únicas fontes de informação foram de pesquisadores que desenvolveram o estudo de criação do \”adesivo\”. Não foram ouvidos outros pesquisadores que também estivessem desenvolvendo outras técnicas para promover resultados esperados para este adesivo. Além disso, também não foram ouvidos cardiologistas de associações, federações que pudessem, de alguma forma, explicar que tipo de lesões esse adesivo poderia ser útil e os efeitos do uso a longo prazo.
DEFINIÇÃO: A reportagem explica de forma clara a proposta dos pesquisadores, o modo como o adesivo é implantado, mas não traz implicações desse uso (pode ter contraindicações) nem o perfil do paciente que poderia usar o recurso. Fala apenas que será útil para quem sofreu infarto (mas qual o grau de gravidade desse infarto?). Além disso, não são apresentadas as contraindicações avaliadas no primeiro estágio de investigação científica – Ex: reações negativas com uso do adesivo, rejeições.
PUBLICIDADE/ INTERESSE COMERCIAL: Não é possível identificar com clareza se houve interesse comercial/ publicidade na divulgação da reportagem. Mas deve-se ressaltar que apenas a fonte interessada foi ouvida.
RECURSOS VISUAIS: Apenas uma foto ampliada do adesivo.
CONCLUSÃO: A reportagem não traz a explicação mais detalhada sobre a extensão da lesão, qual o tipo de lesão que poderia ser tratada com o uso do adesivo, nem mesmo a durabilidade desse adesivo. Não fica explicito, mas por ser um adesivo desenvolvido por meio da medicina regenerativa entende-se pela leitura que o adesivo promove a recuperação do tecido do coração (principalmente de lesão provocada por infarto). A reportagem traz uma novidade no campo científico mas não fala com exatidão sobre a eficácia, tempo para início dos testes em humanos e nem da autorização ou permissão dos órgãos responsáveis.
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