Cientistas testam esponja capaz de tratar diabetes tipo 2
NOSSO RESUMO
A matéria, publicada no portal G1, apresenta uma esponja de polímero que está sendo testada em camundongos e apresentou resultados promissores para o tratamento do Diabetes tipo 2. De acordo com os dados descritos, cobaias que receberam o implante da esponja apresentaram menor ganho de gordura corporal e aumento nos transportadores de glicose. Não foram descritos os custos, possível disponibilidade no Brasil e potenciais riscos da tecnologia. As fontes utilizadas não foram claramente descritas e não se apresentaram dados de estudos científicos que respaldem o potencial da tecnologia. Dessa forma, não foi possível avaliar adequadamente a qualidade das evidências e o potencial conflito de interesses.
POR QUE ESSE TEMA É IMPORTANTE?
O Diabete Mellitus (DM) é uma doença crônica causada pela falta absoluta ou relativa de insulina no organismo. É um dos mais graves problemas de saúde pública, atingindo 9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). O DM tipo 2 é caracterizado pela ineficiência do organismo em usar adequadamente a insulina que produz; ou pela produção insuficiente de insulina para controlar a taxa glicêmica. Cerca de 90% das pessoas portadoras de diabetes, possuem o tipo 2. Esse pode ser controlado com atividade física e terapia nutricional adequada, e, em outros casos, exige o uso de medicamentos e/ou insulina para controlar a glicose. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017). Avanços tecnológicos no tratamento do diabetes vêm ocorrendo ao longo das últimas décadas, possibilitando que os pacientes pudessem ter melhoria nos resultados do tratamento da doença ou facilitando o seu manejo. A busca por novas opções terapêuticas para o Diabetes relaciona-se com a melhora da qualidade de vida dos pacientes e redução de co-morbidades sendo, portanto, extremamente relevante.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: A estratégia do título para chamar a atenção do leitor foi destacar a palavra esponja como uma possível nova forma para se tratar diabetes. Como atuaria essa esponja? Como funciona?
INTERTÍTULO: Vem como uma complementação do título explicando em quem as esponjas estão sendo testadas, do que são feitas e como atuam. Mesmo com esse intertítulo mais completo ainda é convidativo ao leitor que pode ter interesse em saber como ela seria introduzida no animal e os mecanismos para atuação.
COMO ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: possivelmente de uma agência internacional de notícias ou material da divulgação do seminário internacional onde o estudo foi divulgado.
DEFINIÇÃO: A reportagem traz definição de diabetes de forma superficial (sem a descrição de dados epidemiológicos da doença, a fim de demonstrar a relevância da pesquisa e nem outras alternativas para o tratamento de diabetes). Há a explicação, também, de que a gordura fica reservada no organismo liberando compostos que contribuem para mudar todo o metabolismo. A estratégia dos cientistas usarem a esponja para \”sugar\” essa gordura é explicada no texto, mas sem detalhes sobre como é implantada, bem como o tempo de atuação dela. Não cita também se houve algum tipo de reação negativa no organismo do animal, após a inserção da esponja.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: não foram encontrados no texto elementos que pudessem indicar a defesa de interesses comerciais e ou publicidade de algum produto/ marca.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Não foram entrevistadas para reportagem nem as fontes envolvidas na pesquisa e nem outros estudiosos que pudessem opinar sobre o estudo.
RECURSOS VISUAIS: Não foram usados recursos visuais, embora eles pudessem ajudar a garantir aos leitores uma compreensão maior sobre a atuação da esponja no corpo dos animais.
CONCLUSÃO: A reportagem foi descrita de forma bem superficial, com percentuais e informações sem detalhamento claro de onde foram retiradas as informações. Assegura que esse tipo de dispositivo já é usado em humanos no tratamento de outras doenças e com outra funcionalidade, sem dar mais definições sobre esse uso. A falta de uma fonte de pudesse validar e forma positiva ou negativa os dados apresentados na pesquisa também ajudariam para a construção de um texto mais completo, assim como o uso de recursos visuais (ilustrações e infográficos)
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