Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
A matéria publicada no site da BBC descreve uma nova combinação de medicamentos utilizada para tratar o melanoma metastático. A intervenção apresentada é indicada para o tratamento da doença, pois os tratamentos disponíveis anteriormente não eram muito efetivos e a taxa de letalidade era muito alta. A nova intervenção mostrou-se bastante eficaz quando levada em conta a sobrevida do paciente.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A combinação de Ipilimumab e Nivolumab é indicada para os indivíduos que possuem melanoma metastático. Foram apresentados dados epidemiológicos do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que registrou 6.260 casos novos da doença no Brasil, em 2018.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Os benefícios da nova tecnologia foram apresentados de forma clara, sem exaltar dados poucos representativos. Utilizou-se a taxa de sobrevida geral em cinco anos para avaliação do desfecho clínico, sendo esse um desfecho normalmente utilizado pela literatura.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
O custo do tratamento não foi descrito. O custo do novo medicamento também não foi comparado com as alternativas existentes. Os custos adicionais inerentes à utilização da intervenção não foram mencionados.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas informações sobre o registro do novo medicamento na Anvisa, nem sobre a sua disponibilidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por instituições privadas.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não foi relatada a existência de alternativas à intervenção. As vantagens da nova tecnologia, em comparação com as abordagens anteriores, foram citadas. Não foi mencionado como o medicamento se enquadra no âmbito das alternativas já disponibilizadas para o tratamento do melanoma metastático.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Satisfatória
Fadiga, alergias na pele e diarreia são os efeitos adversos decorrentes da utilização do medicamento mencionados na reportagem. Não foram quantificados os potenciais danos e não foram apresentados os efeitos secundários que poderiam ter impacto significado sobre a vida de um usuário do novo medicamento.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Satisfatória
As fontes de informação utilizadas foram apresentadas. Não foi identificado potencial conflito de interesses na construção do texto.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada foi clara e objetiva. Houve coerência entre o foco da matéria e as evidências apresentadas.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Satisfatória
Foram apresentados dados de estudo científico publicado, envolvendo 945 pacientes, acompanhados por um período de um ano. As limitações das evidências apresentadas não foram relatadas.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: As palavras-chave: “sobreviver” e “câncer intratável” chamam a atenção do leitor e estabelecem o tom de novidade da reportagem.
INTERTÍTULO: Reprodução da manchete, trocando o “testes” por “médicos britânicos”.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Reportagem na versão britânica do portal.
DEFINIÇÃO: A reportagem é extensa: contextualiza o histórico do tratamento de melanomas e estatísticas das realidades brasileira e britânica com esse tipo de câncer. A metodologia e os números alcançados pelos testes também são apresentados, bem como falas de uma paciente e médicos envolvidos. Embora o título traga o termo “sobreviver”, o artigo deixa clara a diferença entre “sobreviver” e estar completamente curado.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Instituto Nacional do Câncer (Brasil); James Larkin, consultor na Royal Marsden NHS Foundation Trust (responsável pela pesquisa noticiada); Pam Smith, paciente; Charles Swanton, clínico chefe no Cancer Research UK.
RECURSOS VISUAIS: Foto de um melanoma retirada de uma agência; retrato da paciente entrevistada; imagem de uma célula corrompida retirada de um banco de imagens.
CONCLUSÃO: A matéria é completa e objetiva nas informações apresentadas, com fontes de diferentes contextos – paciente, pesquisador, médico. E, apesar de ser praticamente uma tradução da matéria disponível no site da BBC britânica, houve um esforço para que a realidade brasileira fosse incluída (disponibilidade no país, dados sobre esse tipo de câncer no Brasil) e o texto não permanecesse completamente deslocado na leitura de um brasileiro.
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