Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Satisfatória
Foi apresentada uma nova opção para a prevenção da transmissão da infecção pelo HIV, vírus causador da AIDS. Trata-se de uma injeção de cabotegravir, substância antirretroviral, sendo alternativa para quem não consegue fazer uso crônico de medicamento oral e está vulnerável ao HIV. Espera-se que, com a disponibilidade do novo medicamento, seja possível reduzir a incidência da infecção pelo HIV.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A injeção está indicada para a prevenção da infecção, ou seja, deve ser utilizada por aqueles indivíduos vulneráveis e que ainda não foram contaminados com o vírus. Foram apresentados os dados sobre a ocorrência da condição clínica no Brasil e no mundo, destacando-se o recente aumento do número de casos entre a população mais jovem.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Não Satisfatória
Embora tenham sido apresentados os dados de eficácia das formas orais do tratamento (cerca de 99% em caso de adesão do paciente), não foram discutidos os dados a respeito da nova apresentação injetável.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não foi fornecido nenhum detalhe a respeito dos custos reais ou prováveis do novo medicamento, nem houve comparação com os valores das atuais alternativas terapêuticas disponíveis.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foi abordado se a injeção está disponível no mercado brasileiro e sobre a possibilidade de fornecimento pelo SUS ou pelos convênios de saúde. Entretanto, cabe ressaltar que o medicamento ainda está em fase de testes e, portanto, não se encontra disponível à população.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Satisfatória
As pílulas pré-exposição (PrEp) foram apresentadas como alternativa ao uso da injeção. A principal vantagem apresentada da forma injetável seria o fim da necessidade de tomar o medicamento diariamente, o que, em caso de não adesão, poderia levar à falha terapêutica.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os riscos decorrentes do uso da nova terapia não foram citados nem quantificados. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto na vida do paciente, como por exemplo, reações decorrentes da sua aplicação.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações foram obtidas por meio de entrevistas com especialistas e pesquisadores. Não foram identificados possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
A linguagem utilizada não foi sensacionalista e trouxe as informações sobre a tecnologia de maneira coerente com a evidência científica disponível sobre o método preventivo.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não foi informado se os dados apresentados foram obtidos de algum artigo científico publicado. Destacou-se que o estudo da nova injeção será realizado em humanos, com cerca de 4.500 participantes, em vários países, incluindo o Brasil. Não foram discutidas as limitações das evidências científicas disponíveis a respeito da nova tecnologia.
Olhar Jornalístico
TÍTULO: O título condiz com o texto apresentado na notícia, entretanto, traz apenas o Brasil no título, dando a entender que a injeção será testada somente no país.
INTERTÍTULO: Traz uma pergunta retórica sem acrescentar informações ao título.
COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Nota lançada pelo National Institutes of Health (NIH) dos EUA em 15/07/2019.
DEFINIÇÃO: A reportagem é uma descrição minuciosa de um novo método, ainda em testes, de combater a infecção do HIV. Além de dados sobre os grupos de riscos que estão bem descritos, traz a justificativa da pesquisa e dos testes serem tão necessários. A matéria ressalta que a injeção é uma alternativa a outro método de profilaxia pré-exposição ao HIV e vem com intuito de melhorar a adesão.
PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicações de interesse comercial.
FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevistas com Beatriz Grinsztejn, chefe do laboratório de pesquisa clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas; Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID); Rico Vasconcelos, coordenador médico do centro de pesquisa da PrEP injetável na USP.
RECURSOS VISUAIS: Imagens de banco de imagens: pessoa segurando comprimido onde se lê PrEP (profilaxia pré-exposição), ilustração de vírus HIV, ampola de teste de HIV.
CONCLUSÃO: A reportagem levanta um assunto importante, a prevenção ao HIV grupo de riscos, com o uso de uma injeção para aumentar a adesão de pessoas desses grupos. O antirretroviral já é apresentado na forma de comprimido, mas muitos dos pacientes deixam de tomar ao longo do tempo. A matéria, então, funciona como uma divulgação dos testes, chamando a atenção das pessoas que são dos grupos mais vulneráveis ao HIV.
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