Trata-se de uma nova entidade química ou novo produto protegido por patente, com nova indicação terapêutica/preventiva, que pode ser potencialmente aplicada para melhorar sintomas/desfechos?
Não Satisfatória
Foi apresentado um novo antídoto para a cocaína, desenvolvido por farmacêuticos da Universidade Federal de Goiás. A substância já foi submetida ao registro de patente, mas não foi informado se já houve a obtenção da proteção patentária. Se comprovada sua eficácia, o composto pode ser útil no tratamento de quadros de intoxicação/overdose pela cocaína.
A(s) indicação(ões) está(ã) claramente descrita(s)?
Satisfatória
A indicação da substância foi claramente descrita – redução da ação da cocaína no organismo, em quadros de emergência. Foram apresentados dados sobre o uso da droga no país, bem como o aumento da mortalidade decorrente de seu uso.
Apresenta dados dos benefícios de forma clara, sem exaltar dados pouco representativos?
Satisfatória
Informou-se que o benefício causado pelo composto seria a interrupção dos efeitos tóxicos causados pelo uso da cocaína. Contudo, não foram apresentados dados de maior relevância no contexto clínico em questão, tais como a taxa de redução da mortalidade, o tempo necessário para supressão da ação da droga, dentre outros.
Há relato sobre os custos reais ou prováveis ​​da intervenção, comparando-os com as alternativas existentes, além dos custos adicionais à intervenção?
Não Satisfatória
Não foram apresentados os custos da nova intervenção, nem de suas alternativas terapêuticas.
Apresenta dados sobre a disponibilidade no mercado brasileiro, incluindo registro na Anvisa, financiamento pelo sus e/ou planos de saúde?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas informações sobre o registro da substância na Anvisa. Também não se discutiu sobre o seu possível fornecimento pelo SUS ou pelos planos de saúde privados.
Relata a existência de alternativa(s) à intervenção, discutindo as vantagens e/ou as desvantagens da nova tecnologia em comparação com as abordagens existentes?
Não Satisfatória
Não foram apresentadas alternativas para a supressão dos efeitos causados pela cocaína. Consequentemente, as vantagens e desvantagens entre as opções de tratamento para essa condição não foram discutidas.
Descreve os danos reais e/ou potenciais da intervenção (riscos, efeitos adversos ou prejuízos) e sua magnitude?
Não Satisfatória
Os eventuais riscos decorrentes da utilização da nova substância não foram citados, nem quantificados. Também não foram apresentados efeitos secundários que poderiam ter impacto na vida dos pacientes.
Descreve as fontes de informação utilizadas e identifica conflito de interesses?
Não Satisfatória
As informações sobre a nova tecnologia foram obtidas por meio de entrevistas com as próprias pesquisadoras que desenvolveram o produto. Não foram utilizadas fontes independentes de informação, nem identificados possíveis conflitos de interesse.
Há coerência entre o foco da matéria e as evidências sobre a tecnologia? A linguagem é clara e objetiva, sem sensacionalismo?
Satisfatória
De um modo geral, não houve sensacionalismo na linguagem utilizada, que apresentou as informações de maneira coerente com as evidências científicas disponíveis sobre a nova tecnologia.
Apresenta dados de estudos científicos publicados, informando a referência e discutindo as limitações da evidência?
Não Satisfatória
Não ficou claro se foram apresentadas informações obtidas de artigos científicos publicados. Importante ressaltar que, até o momento, não foram realizados estudos em humanos para avaliar o uso do novo composto. Além disso, as limitações das evidências científicas disponíveis sobre a nova substância não foram discutidas.
Olhar Jornalístico

TÍTULO: Título funciona como chamada sem entrar em detalhes sobre o que é falado na reportagem.

INTERTÍTULO: Intertítulo traz dados sobre mortes provocadas por overdose de cocaína no país e por quem e onde foi desenvolvida a substância falada no título.

COMO O ASSUNTO CHEGOU À REDAÇÃO: Notícia publicada no Jornal UFG pela Comunicação da Federal de Goiás.

DEFINIÇÃO: A reportagem faz a apresentação de uma novidade no campo da medicina e prevenção de riscos, sem entrar em detalhes da ação da substância, ou sequer citar o nome da molécula. Ela traz dados sobre casos de overdose de cocaína no Brasil e no mundo e apresenta as fatalidades que o abuso da droga tem, assim justificando a pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Goiás.

PUBLICIDADE / INTERESSE COMERCIAL: Não há indicações de interesse comercial.

FONTES DE INFORMAÇÃO: Entrevistas com Eliana Martins Lima, professora da UFG e Sarah Rodrigues Fernandes, pesquisadora da UFG, dados da Organização Mundial de Saúde

RECURSOS VISUAIS: Imagens coletada nos laboratórios onde foi desenvolvida a subsistência, imagens de transição do campus da universidade e imagens dos entrevistados.

CONCLUSÃO: A reportagem é superficial ao tratar da substância, explicando apenas os resultados que ela tem em overdose de cocaína. Entretanto, traz as pesquisadoras envolvidas no projeto para explicar um pouco das ações e dos resultados esperados. A matéria ressalta que se trata de um estudo em desenvolvimento, e por isso ainda não está protegida por patente, e que fases de testes clínicos ainda precisam de aprovação. Portanto, não é algo que vai chegar ao mercado tão rapidamente.

http://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/medicamentos1.jpghttp://www.ccates.org.br/mediadoctor/wp-content/uploads/2017/07/medicamentos1.jpgTúlio SarmentoOutrosA sua notícia revisada por especialistas